Felizmente em Portugal, o basquetebol é um desporto em que se cometem poucos actos de violência, em jogos de especial tensão, devido a não ter tanta importância social como o futebol. No entanto, nos Estados Unidos onde o basquetebol é, juntamente com o baseball, o desporto-rei, a pressão sobre os jogadores e as equipas é maior. Há muito mais dinheiro em jogo. Sendo assim o basquetebol mais importante em termos sociais nos EUA, compreende-se porque no playground de basquetebol haja mais violência e agressões do que em Portugal e que isso também se reflicta entre os adeptos. Basta referir que após a recente conquista do título de campeão da NBA por parte do Lakers, os festejos do título conduziram à violência.
Porém, no basquetebol de formação é comum nos jogos assistirem-se a situações de agressão verbal por parte dos pais, e não só, quer para com os árbitros quer para com os adversários levando a que surjam situações menos agradáveis devido ao clima de tensão gerado, como sucedeu recentemente no encontro de infantis entre os Javalis e o Montijo Basket, em que os adeptos montijenses revelaram mau perder. Com essas atitudes dos adultos, acaba-se por estragar a diversão e passa-se para os atletas o conceito de que a violência é aceitável. Veja-se o que acontece no vídeo de um jogo de basquetebol escolar onde tais comportamentos são levados aos extremos no que era suposto ser apenas um jogo.
A competição exacerbada, em que o principal objectivo é a vitória, leva a uma redução das várias vertentes pedagógicas do desporto a um simples objectivo pontual, fazendo passar, desta forma, a ideia de que o valor do atleta, principalmente nas categorias de formação, mede-se pelos seus resultados.
Cabe assim aos treinadores da formação um papel importante que não passa somente pelo ensino dos fundamentos técnicos da modalidade. Devem procurar, sempre que possível, incutir junto dos pais e dos seus jogadores de que sem o adversário não seria possível haver jogo e, consequentemente, o prazer de o jogar. Por outro lado a equipa ou o clube deve agir como um factor social e transmitir ao jovem atleta segurança e valorização perante as situações de insucesso do mesmo modo que os pais devem ser equilibrados: não devem ficar muito aborrecidos quando o desempenho do seu filho ou da equipa não é bom e nem se empolgarem demais quando se ganha, porque o mais importante é o divertimento dos seus filhos.